Você sabia que as plantas podem se comunicar e memorizar?

  

 Você já se perguntou como as plantas percebem o ambiente à sua volta? Como interagem ou competem com a comunidade no seu entorno?

    Esse é um ramo de pesquisa bastante novo, se tornou uma ciência em 2005 e foi nomeado Neurobiologia Vegetal, um nome bastante polêmico, pois muitos cientistas não concordam com a metáfora ao reino animal. 

    As plantas são capazes de produzir e emitir sinais elétricos  em todas as células do seu organismo, como se fosse um cérebro descentralizado. Não há tecidos ou sistemas com células nervosas, mas uma estrutura primitiva que é capaz de aprender, memorizar e se comunicar com outras plantas.

    Os sinais elétricos e as auxinas (hormônios vegetais) são transportados por enzimas dentro de vesículas através do floema que funciona como se fosse um nervo cujo sistema de processamento central são as raízes.

    Estudos mostram que as árvores são sociáveis e ajudam umas às outras doando nutrientes ou avisando quando há algum ataque iminente de insetos. E como elas fazem isso? Algumas fazem uma parceria com fungos que levam a informação como se fosse a internet da floresta e recebem em troca água e nutrientes. 

Mimosa pudica

   Outras, como a acácia africana, avisam as demais árvores quando algum animal está devorando suas folhas. Elas exalam o gás etileno e todas começam a bombear para suas folhas toxinas que causam danos em animais.

    Um experimento clássico foi realizado com a Mimosa pudica (também conhecida como dormideira ou dorme-dorme). Uma planta sensitiva que, quando tocada, reage fechando suas folhas. Foram plantadas várias mimosas em vasos que sofreram pequenas quedas. No final de 60 quedas elas estavam totalmente abertas e não se importavam mais, já que aprenderam que a queda não significava perigo. No entanto, se fossem sacudidas, tornavam a fechar as folhas, pois era algo novo.

    Ainda não há estudos suficientes que demonstrem se as plantas sentem ou não dor. Há várias perguntas ainda sem resposta. Aguardamos curiosos os próximos capítulos dessa novela, pois podemos aprender muito com as plantas, sua ágil capacidade de adaptação e comunicação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SOARES, Guilherme Henriques. Neurobiologia das plantas: uma perspectiva interespecífica sobre o debate. Rev. Inst. Estud. Bras. no.69 São Paulo: 2018

WOHLLEBEN, Peter. A vida secreta das Árvores. Rio de Janeiro: Sextante, 2017.