Azevinho Ilex aquifolium L. : a verdadeira árvore do Natal?

 

Azevinho ( Ilex aquifolium L)

Se há uma planta que incorpora a magia natalina, essa planta é o azevinho. Sua presença em decorações, músicas e tradições transcende o tempo, trazendo consigo séculos de simbologia festiva. Neste artigo, vamos mergulhar nas raízes do azevinho, explorando suas características únicas e as histórias encantadoras que o tornam uma estrela brilhante nesta época do ano.

O azevinho é verdadeiramente uma obra-prima da natureza, com suas folhas verde-escuras e brilhantes bagas vermelhas que parecem pequenos rubis adornando a planta. Uma mistura de elegância e robustez, o azevinho é mais do que uma planta – é uma peça central na história visual do Natal. E sim, esta planta está diretamente relacionada à tradição perpetuada pelo mundo todo de decorar árvores para o Natal. Vamos à história!

Os Celtas, povo pagão e politeísta que habitou muitas regiões da Europa desde 1200aC, acreditavam em divindades associadas à natureza. O azevinho era considerado uma planta sagrada, símbolo da vida eterna, boa sorte, prosperidade e proteção contra energias negativas. Isso porque enquanto as outras plantas sofriam com o inverno, ele se mantinha verde e seus frutos vermelhos brilhantes em meio à neve.

Já os romanos, decoravam suas casas com vegetação verde durante as Saturnálias, festivais de colheita em homenagem ao deus Saturno e que também marcavam o início do solstício de inverno que acontece no dia 21 de dezembro no hemisfério norte. Essa prática tinha o objetivo de simbolizar a renovação da natureza e a esperança de uma primavera fértil.

Há indícios de que Jesus não nasceu durante o inverno, mas a Igreja escolheu a data de 25 de dezembro para aproveitar o período de festividades e introduzir o cristianismo por todo o Império Romano.

Para os cristãos as folhas pontiagudas evocam a coroa de espinhos de Jesus, enquanto as bagas representam seu precioso sangue. Há uma lenda de que enquanto Maria escondia Jesus dos soldados de Herodes que tentavam matá-lo, um azevinho (que antes desse episódio era uma planta caduca) se encheu de folhas para esconder o filho de Deus. Então a planta ganhou a característica de não perder suas folhas, mesmo em temperaturas negativas.

Essa riqueza de significados faz do azevinho um elemento fundamental na decoração natalina e é um emblema de tradições antigas que perduram até os dias de hoje. Então, se hoje temos essa tradição linda e cheia de afetividade de decorar com azevinho nossas casas no Natal, devemos muito aos celtas, romanos e cristãos.

Agora, para os amantes da decoração, imagina só como nosso querido azevinho pode dar aquele toque mágico na sua decoração natalina! Dos arranjos florais aos detalhes nos presentes, o azevinho é o parceiro perfeito para uma festa cheia de charme e significado.

No Brasil é possível encontrar esta planta em São Paulo e estados da região Sul, porém, são raros. Você pode utilizar plantas semelhantes para transformar sua casa em um refúgio de Natal encantado.

O azevinho pertence ao mesmo gênero Ilex da erva-mate (Ilex paraguariensis), que tem algumas características semelhantes a ele, como as frutas vermelhas e folhas verde-escuro e é originário da região subtropical da América do Sul. A frutificação ocorre de outubro a dezembro, então há grandes chances de você que mora na região sul do Brasil utilizar essa planta para substituir o azevinho.

Erva-mate (Ilex paraguariensis)


Outra opção para os brasileiros é a Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia), cujas folhas são muito parecidas com as do azevinho e seus frutos vermelhos surgem de setembro a março de Goiás ao Rio Grande do Sul.

Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia)

Outra planta com bagas vermelhas é o arbusto Cotoneaster franchetii que, segundo o site Reflora, aparece no Sudeste, Paraná e Santa Catarina.

Cotoneaster franchetii


Pyracantha coccine

A Pyracantha coccine é outra planta que pode adicionar toques de verde e vermelho e é encontrada no sul e sudeste do Brasil. Já a Nandina domestica, é uma planta comercial produzida no Brasil, assim como a Ardísia crenata. Ambas podem ser cultivadas dentro de casa sob luz difusa.

Nandina domestica

Ardísia crenata

O azevinho, com sua rica história e simbologia, transcende as fronteiras do tempo. Ao incorporá-lo em nossas celebrações natalinas, estamos conectando gerações e tradições. Que cada folha e cada baga do azevinho nos lembrem da promessa de esperança, amor e renovação nesta época especial do ano. 

Diz a tradição que beijar embaixo de um pé de azevinho garante amor eterno. Uma pitada de romance no meio da folhagem verde! E quem pode resistir à ideia de ter um azevinho na porta de casa afastando maus espíritos? Alguém mais precisa de um azevinho no próximo Ano Novo?



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